GASTROENTEROLOGIA

gastroenterologia

A gastroenterologia (palavra oriunda do grego gastro=estômago; entero=intestino; logia=estudo) é a especialidade médica responsável por estudar, diagnosticar e tratar moléstias que acometem o aparelho gastrointestinal. O Trato Digestivo é composto por diversos órgãos e, consequentemente, o número de problemas desta área é amplo. Estes órgãos são: boca, esôfago, estômago, duodeno, intestino delgado e intestino grosso, além dos órgãos anexos à este aparelho, que são o fígado e o pâncreas.

Dentre as doenças estudadas por esta especialidade estão as úlceras estomacais e duodenais, a gastrite, esofagite, refluxo gastroesofagico, dispepsia, intolerância a lactose, doença celíaca, síndrome do intestino irritável dentre outras afecções, sendo que em consequência do grau de complexidade dos mecanismos englobados no processo digestivo, há uma ampla variedade de problemas que apresentam diferentes níveis de severidade.

Atualmente, em decorrência do grande avanço da medicina, é possível diagnosticar precocemente e mais precisamente afecções gastrointestinais, bem como tratá-las com sucesso uma boa parte dessas patologias.

O QUE É DRGE?

Para entender melhor o assunto, vamos dar uma volta rápida por seu aparelho digestório

Antes mesmo de colocarmos um alimento na boca, a primeira etapa da digestão já esta acontecendo em nossa cabeça. Basta perceber que estamos com fome ou “vontade de comer” e, pronto, os órgãos da digestão começam trabalhar! Há aumento da salivação e do suco gástrico (rico em substâncias ácidas), responsável pelo trabalho de digerir os alimentos. Antes de engolir, trituramos os alimentos na mastigação, misturando-os à saliva. 

O alimento triturado começa a percorrer o esôfago – um tubo muscular localizado no meio do peito – que conduz o alimento da boca até o estômago. No final desse tubo, existe uma espécie de “válvula” (esfíncter) que se abre para o alimento passar para o estômago. Em seguida o esfíncter se fecha, impedindo que o suco gástrico e os alimentos voltem ao esôfago. Quando essa válvula não funciona bem, ocorre o refluxo do conteúdo do estômago para o esôfago.                                

A camada de célula que reveste o tubo digestivo (mucosa) não é igual do começo ao fim, possuindo diferentes características ao longo do percurso. No esôfago, por exemplo, é mais frágil e não suporta o contato prolongado com a acidez estomacal. Então, se o suco gástrico sobe (reflui) para o esôfago, provoca queimação que vai do estômago ao peito, podendo chegar até a garganta. A sensação que o refluxo provoca é a “tão famosa” azia. Mais raramente, o suco gástrico pode subir até a boca com o alimento, ocorrendo o que denominamos regurgitação.

A azia, o principal sintoma da DRGE, pode ocorrer com qualquer um de nós quando comemos demais. Mas se é frequente, a pessoa pode ter DRGE. Na maioria dos casos, trata-se apenas de irritação da mucosa que provoca a queimação. Em outros casos, o refluxo frequente acaba provocando lesões na parte inferior do esôfago. Por intermédio de um exame chamado endoscopia, é possível saber se o esôfago apresenta ou não outras lesões. A pessoa pode ter DRGE com ou sem lesões. O tratamento é importante para ambos os casos.

Complicações da DRGE

O contato prolongado da mucosa do esôfago com o suco gástrico refluído pode provocar erosões (feridas superficiais) ou, menos frequentemente, úlceras (feridas profundas), ou até estenose (estreitamento na parte inferior do esôfago). As lesões do esôfago podem levar a sangramento crônico, provocando anemia. Em alguns casos, a inflamação crônica pode facilitar o surgimento de câncer no esôfago.

Outros sintomas do DRGE

Tosse, rouquidão, bronquite, asma e dor no peito (tipo angina) algumas vezes podem ser provocadas pela DRGE. São os chamados sintomas atípicos e só seu médico poderá distingui-los com precisão.

O que é Hérnia de Hiato?

Para chegar ao estômago, o esôfago passa pelo hiato – um orifício do músculo diafragma que separa o tórax do abdômen. Se esse orifício está mais largo e frouxo do que deveria estar, a parte superior do estômago acaba deslizando para dentro do tórax, formando a chamada hérnia de hiato, condição que pode intensificar o refluxo.

Perguntas importantes para o diagnóstico do DRGE

Quantas vezes ocorrem esses sintomas?

  • Todos os dias?
  • Uma vez por semana?
  • Uma vez por mês?

Quanto tempo dura os sintomas?

Chegam a despertá-lo de noite

Só se manifestam após as refeições?

Quais alimentos desencadeiam esses sintomas?

Tratamento para a DRGE

Dependendo da intensidade de seus sintomas e dos resultados dos exames, seu médico pode recomendar a mudança de hábitos comportamentais e alimentares, o tratamento medicamentoso ou ambos.

Mudança de Hábitos

  • Evite fumar: O cigarro invariavelmente diminui a proteção das mucosas do esôfago e do estômago.
  • Evite deitar-se ou fazer esforço com seu estômago cheio.
  • Perca peso se estiver acima de seu peso ideal.
  • Evite roupas apertadas: Estar acima do peso ideal e usar roupas apertadas pode comprimir seu estômago, facilitando o refluxo.
  • Evite alimentos que prejudicam a digestão e facilitam o refluxo: Frituras, alimentos gordurosos, chocolates, condimentos fortes, excesso de alho, cebola e café.
  • Evite encher demais seu estômago: A digestão torna-se mais difícil e demorada, o que facilita a ocorrência de refluxo.
  • Eleve a cabeceira da cama: principalmente se você costuma ter azia durante a noite. Utilize um calço de 10cm a 15cm. Não adianta tentar recorrer a travesseiros pois é a cama que deve permanecer elevada.
  • Coma mais vezes ao dia, mas sempre em pequenas quantidades. Não existem regras rígidas. Algumas pessoas se satisfazem com três refeições diárias. Outras preferem dividir isso em mais vezes. O importante é não sobrecarregar o estômago nem em quantidade nem com alimentos que este não consegue digerir bem.

Tratamento Medicamentoso

Se a azia ocorre uma vez ou outra, um antiácido comum ajuda a aliviar os sintomas. Se for frequente, seu médico poderá prescrever os potentes inibidores de ácido, que fazem desaparecer a queimação em um ou dois dias. Esses mesmos medicamentos também podem curar lesões de esôfago em um ou dois meses. Mas quando se suspende a medicação, em geral a queimação reaparece, porque o estômago volta a produzir ácido, já que a origem do problema está no mau funcionamento da válvula. Então, manter a medicação por um período maior vai depender de uma decisão conjunta entre paciente e médico. E, alguns casos, é recomendável ingerir a medicação na dose adequada durante muitos anos, do mesmo modo que um paciente com pressão alta precisa de tratamento prolongado.

Tratamento Cirúrgico

Pode-se considerar e indicar uma cirurgia, que impede o refluxo do suco gástrico. Hoje em dia, existe a cirurgia laparoscópica, que dispensa a necessidade de abrir a barriga. Esse recurso é indicado, principalmente, quando existe uma hérnia de hiato, que prejudica ainda mais o funcionamento do esfíncter do esôfago (da válvula).

GASTRITE E DISPEPSIA

Comer é algo muito gostoso e ninguém precisa sofrer com uma digestão difícil, náuseas, saciedade precoce, empachamento, desconforto ou dor de estômago.

A primeira etapa da digestão já está acontecendo na cabeça. Basta perceber que estamos com fome ou  “vontade de comer” e, pronto, órgãos da digestão começam a trabalhar!

Quando o organismo é estimulado pelo cheiro, sabor ou simplesmente pela pura vontade de comer, há aumento da salivação e do suco gástrico (rico em substâncias ácidas), responsável pelo trabalho de digerir os alimentos. Antes de engolir, trituramos os alimentos pela mastigação, misturando-os á saliva, o alimento triturado começa a percorrer o esôfago, um tubo muscular, localizado no meio do peito que “conduz” o alimento até o estômago por intermédio de movimentos de contração (peristaltismo).

No final desse tubo, há uma espécie de “válvula ” muscular chamada esfíncter. Quando as contrações atingem a parte inferior do esôfago, o esfíncter se abre e o alimento desce para o estômago. Em seguida, o esfíncter se contrai, impedindo que o suco gástrico e os alimentos retornem ao esôfago.

O estômago também tem camadas musculares que realizam contrações para finalizar a trituração dos alimentos e mistura-los ao sucos digestivos, diminuindo o tamanho das partículas dos alimentos ingeridos para facilitar sua absorção. Aos poucos, os alimentos vão chegando ao intestino, onde serão absorvidos.

Antigamente, qualquer tipo de dor ou sensação desagradável no estômago era chamado de gastrite nervosa, sendo ainda muito comum as pessoas utilizarem esse termo até hoje. Porém, há muito tempo sabe-se que gastrite significa inflamação no estômago, e só podemos fazer esse diagnóstico através do exame endoscópico.

Na maioria dos casos, não existe inflamação. Quando o exame não revela alterações orgânicas, o diagnóstico é dispepsia funcional.

O nome pode parecer estranho, mas os sintomas provavelmente você conhece ou já ouviu falar (digestão difícil, náuseas, vômitos, saciedade precoce, empachamento, desconforto ou dor de estômago). Na maioria dos casos, ocorrem em razões de alterações nos movimentos de contrações do estômago e do início do intestino (duodeno), ou simplesmente porque o estômago de algumas pessoas é mais sensível.

O tratamento para a dispepsia funcional começa revendo seus hábitos comportamentais e alimentares. Experimente fazer refeições menores, mais vezes ao dia e mastigando bem. Evite ingerir líquidos durante a refeição.

Além disso, observe:

As preocupações, as tensões que não são bem “digeridas” pelo organismo e aquele assunto que  “não desce bem” podem provocar dor de estômago. E ai cada um precisa encontrar seu jeito de lidar com a situação, porque preocupações e tensões todos nós temos.

Se mesmo seguindo essas dicas você continuar sofrendo com a alimentação do dia a dia, procure um médico. Aquele remédio que deu certo para seu amigo pode não ser adequado a você.

Orientação pré consulta:

O que você sente exatamente?

  • Dor ou desconforto na boca do estômago?
  • Sensação de estufamento?
  • Azia ou queimação?
  • Qualquer comida permanece o dia inteiro na “memória”?

Quando e em quais circunstâncias você sente isso?

  • Antes ou depois das refeições?

O que normalmente alivia seus sintomas?

  • Alimentação?
  • Um antiácido?

O que faz aumentar os sintomas?

  • Algum tipo de alimento em especial?
  • Tensão emocional?
  • Estresse?

Com que frequência você tem esses sintomas?

  • Várias vezes ao dia?
  • Uma vez por semana?