O pólipo é um crescimento anormal de tecido que se projeta da parede da vesícula biliar para o interior. Simplificando, o pólipo na vesícula é uma alteração que pode ser maligna, mas em aproximadamente 95-98% dos casos é benigna. Ainda não existe uma definição exata da causa dos pólipos, pois os estudos não são conclusivos e não relacionam os possíveis fatores como idade, gênero, condição médica, obesidade e até diabetes com o seu surgimento. Uma remota associação com o metabolismo da gordura e genética familiar existe, mas nenhuma comprovação foi feita ainda.
Como na grande maioria dos casos os pólipos não apresentam sintomas o seu diagnostico acaba sendo feito acidentalmente em exames de rotina. Geralmente a ultrassonografia de abdome é o exame para diagnostico ou acompanhamento dos pólipos de vesícula. Caso houver necessidade de exames complementares para avaliar melhor o pólipo (geralmente em casos malignos) o ultra-som endoscópico ou a ressonância magnética com colangiorressonância podem auxiliar.
A análise do tamanho do pólipo é uma forma de diagnosticar sua procedência. Geralmente, se ele for menor que 1 centímetro (aproximadamente 10 milímetros) é provável que não seja cancerígeno. Os pólipos maiores que 1 centímetro são mais propensos a serem malignos ou se transformarem com o passar do tempo.
Como ja mencionado previamente os pólipos da vesícula biliar geralmente não causam nenhum sintoma, entretanto algumas pessoas que sofrem com essa questão relatam que alguns desconfortos podem ser presentes. Nesses raros casos, dor ao lado direito do abdome associado a náuseas e vômitos.
O tratamento para os pólipos costuma ser definido de acordo com o seu tamanho, pois como vimos, essa condição define se ele é um pólipo maligno ou benigno e essa questão será decisiva para o tratamento. Pólipos com menos de 1 centímetro de diâmetro dificilmente são cancerígenos, logo com esse tamanho dificilmente precisam de tratamento. A ultrassonografia abdominal deve ser usada como exame de acompanhamento desses pólipos. Deve-se salientar que o tratamento cirúrgico deve ser indicados em pólipos menores que 1 cm desde que o paciente apresente os seguintes fatores associados: crescimento do pólipo num curto espaço de tempo; pólipo séssil ou base de inserção larga; pólipo com longo pedículo; idade do doente superior a 50 anos; coexistência de litíase vesicular (pedra na vesicula); pólipos localizados no infundíbulo da vesícula ou alterações ecográficas na parede vesicular.
Já os pólipos maiores que 1 centímetro são considerados mais propensos a ser ou se tornar um câncer. Nesses casos, o médico pode recomendar uma cirurgia de retirada da vesícula, mas é claro que a recomendação cirúrgica será sempre ponderada, pois o médico deverá considerar os riscos potenciais do procedimento e as possibilidades de desenvolvimento de câncer. Considerar o risco geral e o monitoramento cuidadoso dos pólipos pode ser um recurso eficaz para preservar a saúde do paciente.
O tratamento para os pólipos da vesícula consiste na remoção da vesícula biliar (conhecida como colecistectomia) realizada por videolaparoscopia. A necessidade da retirada da vesícula se deve ao fato de não ser possível realizar uma biopsia do pólipo da vesícula. Com a retirada da mesma ela é encaminhada para analise afim de definir se o pólipo tem características benignas ou cancerígenas. Trata-se de um procedimento considerado seguro, com taxa de complicação muito baixa em torno de 0,5%. Para minimizar qualquer possível complicação, o seu médico deverá solicitar exames pré-cirúrgicos para checar todos os pontos necessários.
(Dr. Felipe Rossi CRM 142.064)
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