A partir do momento em que se inicia um processo pré-operatório para cirurgia bariátrica, diversas mudanças no estilo de vida devem tomadas para que, no pós operatório, tenham continuidade, lembrando sempre do ômega 3. Nesse processo, diversas estratégias devem estar presentes como:
– exercício físico
– reeducação alimentar
– gestão emocional
– higiene do sono
– suplementações etc
Atualmente a suplementação e o uso de nutracêuticos vem ganhando espaço na prática clínica médica e nutricional. Os nutracêuticos são compostos bioativas provenientes de alimentos e em doses superior aos encontrados no alimento de origem, podendo ser formulados em cápsulas, pó solúvel entre outros.
No pré-operatório de cirurgia bariátrica diversas suplementações podem fazer parte do processo, seja para a correção de deficiências já existentes (como deficiência de ferro, zinco, vitamina B12, vitamina D, ácido fólico, selênio etc), quanto para otimizar o preparo para cirurgia.
Importante destacar que toda suplementação deve ser acompanhada das mudanças do estilo de vida, que sempre serão o principal !
Na suplementação, então, falaremos do ômega 3.
Trata-se de um ácido graxo poliinsaturado ESSENCIAL. De forma mais simples: um tipo de gordura essencial para nosso organismo e que nós não conseguimos produzir, de forma que devemos ingerir através da alimentação e/ou suplementação.
A principal fonte na alimentação são os peixes de águas profundas com salmão, atum, bacalhau, arenque e sardinhas) e crustáceos (Krill). Em menor quantidade nas sementes de chia e linhaça. Com pode-se perceber são alimentos não consumidos com frequência e além disso, os peixes criados em cativeiros tem concentração muito menor de ômega 3 comparado aos selvagens.
Dessa forma, a sua suplementação é fundamental para a saúde.
Além de otimizar a saúde pro ter ação antiinflamatória e anti-oxidante (combate ao estresse oxidativo), pode auxiliar ainda na:
– dislipidemia (aumentando o HDL)
– diminuição dos triglicerídeo
– melhora da função endotelial (vasos sanguíneos), podendo auxiliar também no controle da pressão arterial
– controle glicêmico, resistência a insulina (incluindo diabetes)
– saúde mental / emocional
Por agir de diversas formas, especialmente na diminuição dos triglicérides e na resistência a insulina, acaba por auxiliar também na diminuição da gordura no fígado.
Vale lembrar novamente que apenas a suplementação de ômega 3 NÃO será suficiente, pois ela PRECISA estar acompanhada da mudança do padrão de alimentação (sem carboidratos refinados e ultraprocessados, por exemplo) e exercício físico.
Sua suplementação não exerce muito efeito direto na perda de peso, entretanto somando os seus efeitos à mudança do estilo de vida, tanto pré quanto pós-operatório, os benefícios à saúde são vários.
São tomados geralmente em cápsulas junto com uma das refeições (saudáveis, é claro!), por pelo menos 30 dias antes da cirurgia, podendo ser mantido depois dentro do rol de suplementações individualizadas pós-operatórias.
Evidente relembrar também o quão importante é o alinhamento multidisciplinar com equipe médica e nutricionista nesse processo todo.
Outro dado importante sobre o ômega 3 é como comprar um que seja de qualidade. Para se ter uma certeza maior dessa qualidade procure aqueles com pelo menos um dos selos “IFOS” ou “MEG-3”.
Um pouco mais sobre o ômega 3:
Na realidade quando falamos de ômega 3, fala-se na realidade de um conjunto de ácidos graxo:
– EPA (ácido eicosapentaenóico)
– DHA (ácido docosahexaenoico)
– ALA (ácido alfa-linolênico)
O EPA e o DHA estão presentes nos alimentos de origem animal e são aproveitados diretamente pelo nosso corpo. O ALA está presente nos alimentos vegetais (chia, linhaça), entretanto nosso corpo precisa convertê-lo em EPA ou DHA e essa taxa de conversão é baixa, ou seja, o consumo de ALA muitas vezes é insuficiente para a quantidade de ômega 3 que nosso organismo precisa.